segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Porque eu não vi o pôr-do-sol

Hoje acordei determinada: iria à praia, depois do trabalho, custasse o que custasse. Parti. Eram exatas 15:30 da tarde, saltei do meu desmasiado ônibus, na faixa de barzinhos mais distantse do meio da praia - para ser mais simples: segui rumo ao fim da areia......da esquerda para a direita...sem destino certo.

Avistei alguns estabelecimentos. Namorei, calmamente, a janela logo ao fundo deles. Uma verdadeira imensidão de águas turvas. Caminhando, caminhando, resolvi, por definitivo, escolher o lugar para a minha tão esperada instalação marítima. Apossei-me de uma cadeira e dei-me o direito de contemplá-lo.......bem ao longe.......

Sentada, deixei que algumas sauvas negras se divertissem com minha interessante "perna-gigante", sob um coqueiro a perder parte de suas folhas e, ainda, tomado pela ausência de seu fruto. Segui com meus devaneios: pensei no nada, pensei nele, pensei no passado e no futuro. Pensei nas formigas, nos bombeiros que treinavam  na orla e, imaginei, como seria o interior dos doze navios que vi na curva do mar.

Resolvi sentir um pouco dele em mim. Arrisquei-me em um mergulho - não digno de comercial de tv, mas, ideal o bastante para me fazer lembrar que existe vida no meio dos desencontros. Cogitei a possibilidade de esvair-me do mundo, deitada de "papo para cima" já no calor do sol das 4, com Kafka dentro da bolsa e um anseio por água-de-coco. No entanto, fui acordada por uma chamada inesperada no celular ( o mundo ainda está lá fora).

Retomei às minhas caminhadas, tanto psicológicas quanto físicas. Não foi muito trabalhoso realizá-las...no entanto, faltou-me tempo para executá-las com maior proficiência. Vaguei por uns tantos na praia, até parar em um outro bar, embalado por mpb e um esboço do que seria o pôr-do-sol que eu não veria.

Resolvi adentrar o mundo de " Metamorfose". Foi aí que me situei  em meu verdadeiro mundo: palavras, sons, análises, desconfianças, julgamentos, sol, mar e água. Um pouco mais para longe, com espírito de saudade, me aproximei dos fins: da água-de-coco, do capítulo II de A Metamorfose e, do mar........um dos meus melhores sedativos.


Dirigi-me ao chuveiro. Era hora de dizer "Bye" a mais um dia agraciado por Deus. Hora esta de subir ao ônibus que se aproximara e, de não ver o pôr-do-sol. 

Pois, tinha de voltar ao meu mundo, para poder ao mar  retornar.

3 comentários:

  1. são nesses dias que a gente se permite curtir a solidão, com entrega e pertencimento, que a gente se aproxima mais do que tem láaaa dentro e eu acho que isso faz bem e traz paz...
    é acho que sim

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  2. Own, queria tanto ter feito isso no dia do meu niver. É tão bom ir à praia assim, só p/ desestressar um pouquinho :D

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