sexta-feira, 30 de setembro de 2011

"Boa Sorte". Disse a mim mesma


















 

Bauman, sociólogo europeu -  e um dos meninos dos meus olhos - , afirma que  você só tende a perceber as coisas e colocá-las no foco de seu olhar precustador e de sua contemplação quando elas se desvanecem, fracassam, começam a se comportar estranhamente ou decepcionam de alguma forma. Assim considerado, nestes últimos tempos tenho incluído (volta-e-inteira) itens novos na lista de coisas-para-fazerem-parte-de-um-pas-sa-do-bom. É uma necessidade particular, sabe? Um cansaço remoto que me assolou de tal maneira que, superficialidade é um elemento a ser desconsiderado nessa nova etapa - não que agora eu tenha me transformado na "A" garota. Não. Espera. Ainda vai ter muito show infantil pela frente. Mas, a grande diferença é que, agora, eu sei quem é que manda aqui. Ser igual ao "vago", ao "despreenchido", me incomoda. As palavras certas (e, meu atual clichê) são "isso não me sustenta mais". O princípio é o conteúdo. O desenvolvimento é o conteúdo e a conclusão também é o conteúdo. E isso é ter, buscar, almejar, construir, desconstruir, reformular, reerguer VOCÊ - ou o ensaio no espelho.

"Acho que não vai dar tô cansado demais
Vou ver a vida a pé..."
pé-ante-pé.
eu e  minhas  sandálias
cansadas de tanto porvir...

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

O número 3

Ganhei mais um selinho da fofíssima Vanessa L. =)

Regras:

1- Colocar o link do blog que te ofereceu o Selinho:
http://somdospassos.blogspot.com/

2- Oferecer o selinho para 5 blogueiras:
http://verdademalcontada.blogspot.com/
http://prisroband.blogspot.com/
http://oitoenove.blogspot.com/
http://flores-na-cabeca.blogspot.com/
http://dani-ricardo.blogspot.com/

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Princípio de queda. Acho que é isso

Ao som, inesperadamente, de Madeline 
[Hanson]

"Madeline
Here we go around again..."
 
 
 
 
Para quem me serviu de divisor de águas, jamais entenderás as razões de tanto meu coração ter sido repetitivo por você. E das mais dolorosas frases, me sobraram a saúde de poder estar presente cada dia mais em minha própria vida, em meu singelo pseudônimo e mais algumas sobras daquilo que dividi com você. Talvez, por mais que eu tente, rasgar a página....cada página, exigirá tanto de mim quanto pensei que poderia um dia vir a ser. A razão se segue porque sempre quis que as pessoas pensassem (às vezes) por mim; adivinhassem a ordenação de meus anseios. Mas, quem diria...vo-cê. Ensinou-me que a melhor pessoa para fazer isso sou eu mesma. Escreveste em letras claras aquilo que muitas mulheres gostariam de ouvir, de ler, de tatuar, de pensar, repensar: "A dona de você é você mesma. Vê se te cuida." E tal qual para saciar meu gosto, me servira. Me sevira muito esse trecho de arrumação. Pegando anotações acerca da intertextualidade, levei nosso parágrafo para várias análises. Resultado: comprovei que há de existir paciência da porta da rua para quem te ama; maturidade para sair e chegar até onde quem te quer; amor próprio para suprir necessidades particulares, secretas e íntimas; verdade absoluta ao dirigir-se (para qualquer rumo); segurança para retirar-se (para o outro lado do rumo que se escolheu); dignidade par ser lúcido o suficiente e segurar a mão que te afaga. Força para escolher o caminho de partida; inteligência para ser contudente e racionalidade para ter, no mínimo, um pouco de discrição. É. Aprendi tudo isso com você. Eu juro, eu anotei uma porção de coisinhas legais. Inclusive, das maneiras e das formas para não fazer da minha alma, uma equilibrista. Nem do meu coração, um vagabundo.

Bem sei, acho que é isso.
Não foi só no jardim de Newton que a maçã caiu.

sábado, 17 de setembro de 2011

Levar-me

Há uma coisa chamada entrega. Ou você vai, ou você deixa de ir. Não há meio termo, metade de uma fatia, um pedaço daquilo outro e demais medições que, em sua vida, podem ser medidas por dois e partidas pela metade. E entrega não é a mesma coisa que caridade, ou até mesmo, solidariedade. Entregar-se é pedir uma mãozinha para ir acolá. É quando você vai lá e não diz adeus. Não diz que vai voltar mais tarde e que, telefonemas, e-mails e demais mecanismos de comunicação são suscetíveis à falhas e falhar no momento de ida pode atrapalhar todo um processo de volta.  

"Quando eu olhar pro lado....Eu quero estar cercado
Só de quem me interessa."
Sabe-se lá a razão de termos certas quedas (bruscas) para o medo. O desvio, até quem sabe seja a palavra mais adequada. É a máxima. [tangente] E entregar-se não é uma conclusiva matemática. O ato de "deixar aos cuidados de alguém" ou " passar às posses de alguém" não significa extermina-se para tantos outros. E entregar-se conserva o que há de tantos sagrados por aí. E doar-se é como uma fotografia: é um momento grifado, registrado e eternizado em algum espaço de tempo - tempo este que não há complicâncias para voltar, pela simples razão do 'voltar' não existir. Ou há entrega, ou nada foi levado: tudo ficou em seu (in) devido lugar.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Se um dia alguém te perguntar...

...diga que houve programação para um breve futuro. Diga que nada foi esquecido e tudo se uniu como foi imaginado. Que nenhum de nós dois tomamos partido; que também não fomos obrigados; e que, acima de qualquer dúvida, aceitamos sem cessar. Que fique claro que o que queremos só depende de nossa vontade. Ressalve a respeito de nossos sonhos planejados: som, sol, dança, vento e sentidos. Películas intransparentes. Diga que compraste perfume. Flores. Bilhetes de amor. E balas baratas a serem grifadas na memória. Que ambos esperaram. Leram metáforas, livros e fadigas amorosas. Perabulamos por becos - não esqueça de contar isso. Fale das palavras, das palavras e, outra vez, daqueles espaços vivos e vibrantes que saem de nós. Conte sobre nós; sobre o nosso teto. Sobre mim, sobre você. Sobre o você a partir de mim e sobre mim elaborado por você. Relate nossa última lista do supermarket: ela é tao sugestiva quanto um haikai

de amor.



Aquilo que por muito pouco esforço me custará

Vida.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

O primeiro

Gente, O Paro e Me Pergunto ganhou o seu primeiro selinho:

 
O presente foi dado pela Vanessa Lima, do http://somdospassos.blogspot.com/

Vanessinha, muito obrigada, mesmo!

E as regras são:
1. Exibir a imagem do selinho em seu blog.
2. Postar o link do blog que indicou
3. Publicar as regras
4. Indicar blogs para receberem o selinho
5. Avisar os indicados

E OS BLOGS INDICADOS SÃO:

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Foi algo assim.....para falar deles dois (parte 3)

Parte 1
Parte 2

Fred abrira os olhos agora com mais coragem. Ele precisava saber o que estava acontecendo, onde estava e o que Marina fazia lá. Mesmo tonto, ele sentia-se estranho de duas maneiras: a primeira era por conta das dores: pés, cabeça, tórax e as pernas lhe doíam muito; a segunda era por conta de uma sensação estranha e, ao mesmo tempo, confortável que sentia por saber que havia alguém ao lado de sua cama, tomando-o pelas mãos. Mas, logo ela?
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A turma de Fred e Marina organizou uma festa para comemorar o aniversário de um dos amigos. Festa vai, festa vem, lá pelas tantas da madrugada, Frederico já não se continha sobre as pernas. Muito álcool. Com um olhar apertado, Marina o observava ao longe, como quem quisesse chegar mais próximo e levá-lo para casa. Festa acabando, coincidentemente os dois saíram ao mesmo momento. Marina foi em direção ao seu carro e, Fred, totalmente impossibilitado de dirigir, segiu rumo ao seu, sem companhia alguma ou, até mesmo um " anjo" que lhe fizesse o favor de dirigir seu carro na volta para casa. Ele saíra cantando pneus; e Marina fora logo atrás - o caminho de ambos seria o mesmo até um certo ponto. Ou será que não? 
Marina percorria o caminho de volta com uns 70km por hora. Frederico corria tanto que não estava no perímetro dos olhos dela. Contudo, mais adiante uma surpresa: um acidente. Um carro completamente destruído, sem socorro, em uma parte completamente abandonada na estrada. O motorista, mesmo preso entre as ferragens, ainda tinha forças para gritar. Marina parou o carro e começou a chorar: a pessoa que estava ali era alguém que ela jamais gostaria de ver em meio a dor. 
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- O que você está fazendo aqui? Aiiii.....Que aconteceu?
- Eiii, não faça muito esforço. [lágrimas] Você está no hospital...ontem você sofreu um acidente e, por pouco, não morreu. Você passou por uma cirurgia de emergência mas já está tudo bem...
- Ai...dói tudo....Mas, acidente? Como assim? Eu não consigo lembrar de nada....
- É, eu imaginei que você não lembraria. Você estava sob o efeito do álcool e bateu o carro. Ele não existe mais. Por Deus você não morreu. 
- Eeeu...eu...machuquei alguém.....?
- Não...não! Não havia ninguém no local.
- E como você me encontrou?
- Saímos ao mesmo tempo...Eu vinha logo atrás. Consegui te socorrer a tempo.
- Acho que será a primeira vez na vida que te agradecerei por algo. Muito obrigado.
- Não se preocupe....temos muito o que convesar depois.
- 'Conversar depois'? Você 'já' vai?
- Não. Não deixaria você sozinho aqui...
- Posso te pedir uma coisa?
- Claro!
- Deixa eu segurar a tua mão de novo?


Ela estendera a mão. Ele sorriu e dormiu em seguida.

domingo, 4 de setembro de 2011

Aquele pedido que só você me fez


" - Podes dizer-me, por favor, que caminho devo seguir para sair daqui?
- Isso depende muito de para onde queres ir - respondeu o gato.
"
(Alice no País das Maravilhas)

Você pediu para que eu virasse a página. Pediu que eu recolhesse alguns cacarecos que eu sempre esquecia em algum espaço seu. Pediu-me que escolhesse entre o mais apropriado, o mais adequado e a próxima sugestão. Confesso que, apesar de ter um  relacionamento íntimo e meio que diferenciado com as palavras, demorei a entender tal mensagem. Apenas demorei. Pegar uma sacolinha para guardar meus tais cacarecos; deixar o frasco de perfume cair no chão e espatifar-se por inteiro e, ali mesmo, deixar aquele cheiro para trás; rasgar as fotos da memória e, doá-las a alguma instituição para corações sorrateiros; além dos filmes de uma love song que só tocou em uma caixa de som. Nada fácil. Nada abandonado por inteiro. Mesmo assim, aquele pedido que você me fez -  e que eu aceitei -, ainda está de pé. Talvez o que eu precise realmente é de uma temporada de "Eat, Pray, Love"...apenas "Eat, Pray, Love". Contudo, o pedido que me fizeste foi tão especial, tão bom, tão..tão...que não tenho palavras concretas para agradecer-te. Aquele pedido que só você me fez não se restringe apenas a (re)começar, mas solicita que eu própria me solicite. Que eu me conheça, que eu me dedique; que, por meio segundo eu possa me entregar às ordens de Narciso e tudo mais. Que eu me torne minhas próprias lembranças. Que eu seja metalinguística. Aquele pedido que só você me fez me ensinou que dois podem parecer dois e na verdade, serem nenhum e nem outro. Mostrou-me que se um quiser, dois podem ser um  e que você pode ser muitos sendo um também. Mas, acima de qualquer razão, que EU deva ser apenas uma - sendo uma, estando em dupla ou pensando em ser três. O teu pedido fez com que eu resgatasse meu Jonhson Baby esquecido no armário, alguns contatos no meu telefone, novas referências bibliográficas para a psicologia moderna, um perfume novo, mais um livro denso e tempo, muito tempo para não transformar o vazio em você. Aquele pedido que só você me fez, sem emitir uma só palavra, um só rabisco, é o guia que vou levando agora, entre minhas mãos...atenta para não perdê-lo. E eu te agradeço: SEMPRE. Você, sem querer, pediu-me para ter luz própria; para expandir horizontes e para entender sobre vinhos. Lembrou-me para que não me entregasse à generalização do mundo, a sofisticação e ao cultismo de outras cem mil léguas, sem antes avaliar os lados e as moedas. Você nem considera o significado do sete, mas tudo bem. O pedido que só você me fez incluía, inclusive, aprender a escrever (e assinar) as laudas dos começos, dos meios e dos fins.


"E todos os dias ficarei tão alegre que incomodarei os outros." 
(Clarice Lispector)

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

"Que prazer mais egoísta...."

"Os meus amigos todos
Será que eles não entendem
Que quem ama nesta vida
Às vezes ama sem querer..."



quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Matthew 5, 40





"And if someone to sue you and take your tunic,
 let him have your cloak as well."