sábado, 25 de setembro de 2010

Papel de recado: um post-it amarelo para você

Não fui hoje porque não queria te encontrar. Sinto muito em revelar, mas, eu não queria te ver. Nem te ouvir, e, muito menos, compartilhar falsos momentos de felicidade -  onde não haveria espaço para ela . Somente restaria entre nós, caso eu fosse, uma "poker face".

O fato era que não esperava uma atitude como a sua. Você sabia: sou sensível, estressada - talvez dramática - contudo, verdadeira quando não estou bem. Errei quando permiti que pulássemos a cerca que separa nossos quintais. Errei nas viagens, nas divisões, nas palavras. Somos vulneráveis.............

Admiro-o muito. Tenho orgulho de afirmar que somos amigos. Entretanto: em crise. Uma  separação momentânea muito doida para mim....muito triste...de partir meu pobre coração. Foi apenas um gesto. Apenas um. Que valeu por muitos livros e muitas enuciações. Doeu. Doeu porque derrubaste a cerca do nosso quintal....do nosso puxadinho. Pior foi quando na falta de sensibilidade, me fizeste chorar. Chorei. Apenas uma lágrima...mas a lágrima da faca: na medida em que escorria pela minha face ........ cortava-me ligeiramente....... de modo tão profundo, que abrira, bem ali, uma fenda entre nós........E eu sei: você não vai compreender.


Deixo a intenção: um post-it amarelo, para você lembrar que as pessoas têm fim....têm começo e desenvolvimento. Quebras de linhas e pensamentos. Momentos de destaque (em marca texto).....que são metáforas de carne e osso. Mas, no fundo, são providas de carne e coração. Leve em consideração uma anotação sobre ANATOMIA HUMANA.

[ para você não esquecer do mundo]

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Porque eu não vi o pôr-do-sol

Hoje acordei determinada: iria à praia, depois do trabalho, custasse o que custasse. Parti. Eram exatas 15:30 da tarde, saltei do meu desmasiado ônibus, na faixa de barzinhos mais distantse do meio da praia - para ser mais simples: segui rumo ao fim da areia......da esquerda para a direita...sem destino certo.

Avistei alguns estabelecimentos. Namorei, calmamente, a janela logo ao fundo deles. Uma verdadeira imensidão de águas turvas. Caminhando, caminhando, resolvi, por definitivo, escolher o lugar para a minha tão esperada instalação marítima. Apossei-me de uma cadeira e dei-me o direito de contemplá-lo.......bem ao longe.......

Sentada, deixei que algumas sauvas negras se divertissem com minha interessante "perna-gigante", sob um coqueiro a perder parte de suas folhas e, ainda, tomado pela ausência de seu fruto. Segui com meus devaneios: pensei no nada, pensei nele, pensei no passado e no futuro. Pensei nas formigas, nos bombeiros que treinavam  na orla e, imaginei, como seria o interior dos doze navios que vi na curva do mar.

Resolvi sentir um pouco dele em mim. Arrisquei-me em um mergulho - não digno de comercial de tv, mas, ideal o bastante para me fazer lembrar que existe vida no meio dos desencontros. Cogitei a possibilidade de esvair-me do mundo, deitada de "papo para cima" já no calor do sol das 4, com Kafka dentro da bolsa e um anseio por água-de-coco. No entanto, fui acordada por uma chamada inesperada no celular ( o mundo ainda está lá fora).

Retomei às minhas caminhadas, tanto psicológicas quanto físicas. Não foi muito trabalhoso realizá-las...no entanto, faltou-me tempo para executá-las com maior proficiência. Vaguei por uns tantos na praia, até parar em um outro bar, embalado por mpb e um esboço do que seria o pôr-do-sol que eu não veria.

Resolvi adentrar o mundo de " Metamorfose". Foi aí que me situei  em meu verdadeiro mundo: palavras, sons, análises, desconfianças, julgamentos, sol, mar e água. Um pouco mais para longe, com espírito de saudade, me aproximei dos fins: da água-de-coco, do capítulo II de A Metamorfose e, do mar........um dos meus melhores sedativos.


Dirigi-me ao chuveiro. Era hora de dizer "Bye" a mais um dia agraciado por Deus. Hora esta de subir ao ônibus que se aproximara e, de não ver o pôr-do-sol. 

Pois, tinha de voltar ao meu mundo, para poder ao mar  retornar.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

É porque você precisa ir embora

Você precisa ir embora da minha vida porque você está me machucando, me ferindo, me angustiando. Você tem de ir porque eu gosto de você - não para tê-lo algumas horas, de vez em quando e de mês em mês......É porque quero você sempre ao meu lado.....mas, tens de ir. Ir para longe, onde eu não possa te encontrar e você não possa me ter.

 Você tem de ir porque, mesmo eu aparentando estar em sol todos os dias, é inverno no meu continente. Vá embora porque eu não te mereço, e tu, muito menos. Você tem de ir porque não enxergas meu coração - e, se o enxergas, passas por cima dele. Você está me machucando....Com você, eu não tenho cinema, praia e dança. Tenho fuga inescrupulosa. E eu não quero viver apenas como fugitiva: não tenho mais idade para brincar de esconde-esconde. Não quero mais só fugas inescrupulosas.

Quando lembro (e ouço) as "nossas" músicas...... sem "gaita para me consolar", descubro que elas são, inteiramente, só minhas. Apenas minhas. Quando lembro do nosso encontro, ele, assim como tudo que aconteceu entre nós, é apenas meu. Só meu......

Minha lista do " Eu deveria" é enorme - e todas condicionadas pela tua ausência. Sim, quando pensavas em fazer algo, ou, até mesmo em não fazer nada, eu pensava em você. No mais, agora é sobra: da falta, da dor, do desejo, da sede e da solidão. Volte, eu mesma, ao ponto 1.

Vou sofrer mais um pouquinho, que é para aprender. Chorar não quero. Contudo, se não houver outro jeito, o lenço estará pronto.

É porque meu coração dói, você não se dá conta, eu não quero mais, e há um vazio.
É porque para você eu não existo e a porta está fechada...


...para um lugar este que eu não posso ir.



domingo, 5 de setembro de 2010

Sem juras...... mas com lamentações

Se você não sabe, doeu. Pouco, muito, mais ou menos, mas doeu. .......dói ainda. Se era esse o seu objetivo....conseguiste. Encontro-me agora em  um momento de devaneios, saudades e de leituras que, ao som de um Blues, tento interpretar.

Você não destruiu os meus sonhos. Contudo, foste minha dramática decepção. Sim. Jogaste por terra toda minha construção a seu respeito. Quando dei por mim, caíste como um copo de vidro. E, ao chão, espatifaste assim como mil pedrinhas deslizam na estrada. Triste para mim.....que esperava um desempenho considerável, particular, condizente, digno e educado.
Sua cosmovisão a respeito da vida não me convence da satisfatória. Sinto-me sufocada pelo soco de palavras que não levei, para que fosse possível, guiada por toda a minha compaixão, dar-te outros socos de aviso. Dói ainda saber que tudo era previsível e, minha inteligência fora  sucumbida pelo meu desejo.

E tudo chegou ao final.

Sei ainda que Eu não precisaria argumentar tantas lamentações, tantas sentimentalidades....Entretanto, estais intrínseco a mim: tu realmente existes em minha vida e tiveste um espaço referencial aqui ó.........no meu pequeno músculo do amor.

O feristes por pouco e, por pouco, um dia serás ausente. Para mim, para ela e a ti.



Porque o amor é constituído - também - de lamúrias.