quinta-feira, 26 de abril de 2012

Agora deixa vir as lembranças


Ao som de Victim  of a foolish heart, Joss Stone [audio]

Presta bem atenção menina. Eu deixei você entrar, eu deixei...eu quis, eu desejei, eu me permiti te amar, mas agora já chega! Pega as tuas coisas e desaparece da minha vida. Qual é a tua, menina? Ainda não cansaste do joguinho? Poxa, cara, eu te amei. Eu te amei como se a vida não coubesse no meu peito, se não existisse ninguém além de você. Se a única luta que eu tivesse nesse planeta fosse sobreviver a teu lado. Sim, se estou exagerando? É, pode até ser, mas nesta altura do campeonato, quem é parâmetro para quem aqui? Caramba! Sabes o quanto tu mexeste na vida underground desse cara aqui? Sabe o esforço que fiz para ser teus melhores: amigo, namorado, cúmplice, parceiro. É, já que quiseste ir embora, então vê se não custa, vê se não demora, não faz eu desistir...e trancar aquela porta. Vai! Atravesse-a logo que ela vai nos separar para sempre.  Some. Termina de deixar de me amar. Ponha-se do meu coração para fora...já não é bem-vinda aqui. Lembra da nossa história? Isso, exatamente isso que eu quero que você faça: joga fora. Não esqueça de nada. 

Muito menos de que meu amor um dia foi teu.
Muito menos que por ele fui previsível.
Muito menos que fui quem eu  gostaria de ter sido.

Agora deixa tudo virar
lembranças, 


nesse meu eterno espaço de te desejar






adeus. 




[pedindo pra você voltar]

domingo, 22 de abril de 2012

Sinceramente

Todas aquelas vicissitudes de menino. Esquece.

Eu vi tudo voando pela janela. [Tinha chegado em casa completamente atordoado. Não sabia se eu entendia, se eu enlouquecia ou se eu embebia o tudo o que ocorreu naquela noite. Confuso. Quase bati meu carro. Por pouco não quebrei o vaso do corredor e por um outro triz, quase escolhi recuar. As coisas tendem a acontecer quando menos esperamos e, na boa, foi o meu caso em relação a você. Tão cedo não escolhi ser feliz....ou estar feliz, quem sabe. Mas eu deixei meu arbítrio, dito livre, no verão passado. Meu orgulho larguei na jogatina. Minhas dores, no meio da rua. Estás vendo? Não me reconheço mais desde alguns dias, e, especialmente desde uns 20 minutos atrás. Quando eu resolvi [definitivamente] ficar com você. Minha menina doce, agora sou um homem apaixonado. Eu realmente não queria que isso estivesse acontecendo, mas agora eu quero. Por tudo mais sagrado que exista, eu quero que isso tome conta de nós.] Meu passado voou, atravessou ventos e se desfez. O perdi de vista. Passei minha vida inteira em meio a eventualidades e nunca me dispus por inteiro. Era um cara de convencer e ser convencido pela metade. Bem antes de saber sobre essa tal paixão, eu passeei pela grama do vizinho e não vi o quanto verde ela era, daí voltei meu olhar em direção a minha casa e percebi que eu é que não tinha dessas coisas. 

Fui ficando sentimental aos trancos e barrancos. Hoje, já não me sinto tão resignado assim. A gente descobre que tem amor para dar quando passa a acreditar que há pessoas reais. E que somos visíveis ao tato de muita gente também. Outro dia mesmo reli tuas mensagens no meu celular. A última vez que fiz isso fiz questão que não existisse porque sou um homem de menos palavras e mais atitudes. Por isso não falo que estou apaixonado: prefiro te amar logo por inteiro.


segunda-feira, 16 de abril de 2012

Segunda-feira abandonada

Ao som de Santa Fé, Beirut

Eu acordei numa segunda-feira meio tonta e desvairada. Ela me chamava assim: “Vem cá, Luiza, me dá tua mão”. Inexplicavelmente a tontura passou e a fome repentina bateu. Fui até a geladeira e vi meia ricota e um saquinho de pão. Delícia. Sete da manhã. Ele ainda dormia. Minha tontura passava. Ele ainda dormia. E eu descobri a razão de ter acordado tonta e desvairada. Ele ainda dormia... e eu acordada. Foi uma segunda-feira muito bandida, eu sei.



domingo, 15 de abril de 2012

Bem antes do teu encontro. Ainda bem.

Bem antes do teu encontro eu não passava de um homem inocente, iludido naquilo que eu achava verdade: meu emprego assegurado, minha casa bem decorada, meu carro do ano, meu charme, minha inteligência e meu carisma de homem conquistador. Ilusão geral a perder de vista. Eu juro que te coloquei muitas vezes na espera, "eu te ligo depois", " amanhã a gente se fala", "ok.". Foi, inclusive, bem antes de você que toda essa falsa história começou. Sempre fui bem cheio de mim. Andei longos caminhos, docemente perfumados (se é que você me entende) a me embriagar  até querer trocar de flor. Eu te deixei no escuro, eu nem te protegi, não fiz menção honrosa e nem mesmo te beijei com um sentimento mais meu, por assim dizer. Eu peguei aquilo que eu pensava ter (e, ser) e te larguei no meio da vida. Fui o canalha que existia, até então, apenas na história lamentosa da sua melhor amiga. Querida, eu te enganei de verdade; te preguei mil peças e você só foi perceber bem depois. Sorri como que lobo em pele de cordeiro enquanto você, munida de toda a sua lealdade, sorria feliz. Eu te possuí, menina, como se fosse a minha maior valia - até eu poder encontrar quem te ganhasse. Não quis cantar para melhorar as coisas porque, na boa, nunca saberia mesmo pronunciar meio tom sem achar aquilo desnecessário. Mas tudo isso aconteceu bem antes do teu encontro.

Bem antes do teu encontro eu não sabia que te amaria algum dia. Não imaginaria que por dentro deste besouro horroroso que fui, pudesse existir um homem de verdade. Eu fui "amador" por longos anos e nem me dei conta. Acreditei que poderia estar valendo alguma tralha, mas depois tomei um soco bem no meio das pernas, que me rederam uma queda brusca e a descoberta do quão desconfortável é um tombo. No fundo, amor, eu não sabia era nada da vida.

Você, depois do nosso "fim", cresceu sem me dizer absolutamente nada. Daquela menina, bobinha, carinhosa e insegura que eu fiz questão de brincar, você deixou pouca coisa. As partes mais fáceis de lidar, de persuadir, você jogou para o alto. Nunca mais as encontrei. E, por ironia do destino, foi neste teu encontro particular que eu catei cacos de mim e venho tentando me remontar, também. Um tapa bem na cara que eu levei quando vi que a tua vida era bem mais interessante sem mim por perto e que, pior e melhor no final, que a minha era simplesmente vazia por faltar você. É certo que depois de você tantas outras seguiram, mas, fiz questão de esconder: eu já te queria, só que era do meu jeito torto e barato de homem; não com essa tua força e segurança de mulher. É, foi no teu encontro, na tua volta (não necessariamente para mim) que eu vi que estava indo longe demais: te perdendo de uma vez por todas. Mas, para minha felicidade, consegui você ao meu lado (necessariamente para mim), de verdade e em definitivo.  

Pela primeira chance de ser feliz. Ainda bem.


Ao som de