domingo, 30 de janeiro de 2011

"manhãs de sol"

"Lembro de você amor....toda vez que passo aqui."
Meu bem - Catedral

Foi algo assim.....para falar deles dois (Parte 2)

Fred abriu os olhos aos poucos. A única coisa que conseguira ver, nos segundos iniciais, era um fundo branco - e sentir, no momento seguinte, apenas algo macio grudado a sua mão. Flutuando ainda no desacordo, Fred foi atentando-se para o fenômeno que coloria o fundo branco. Ele não sabia muito bem o que estava acontecendo. Não sabia onde estava, quem era e o que havia acontecido. A única coisa que ele tinha certeza era que não estava só.

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Frederico tinha lá o seu jeito prepotente-mauricinho de ser, mas, também tinha o seu "q" de amigo. A influência acadêmica era fator contribuinte, no entanto, esta não detinha uma parcela respeitável na personalidade dele. Já Marina, era de gênio forte, palavras doces, mas sem muita propensão para ser apenas mocinha - pois, assim como muitas coisas nesta vida oxidam, ela também não era "para sempre e para tanto". Por esse motivo, os dois vivam discutindo: Fred sempre a desprezou, tanto quanto colega tanto quanto amiga. Ela sempre se defendera muito bem. Sempre rebatia as palavras dele. Refutava sua  prepotência até o fim - e sempre chorava calada; sofrendo, depois, sozinha. Afinal, " para sempre e para tanto" ela tinha um coração - que por sinal, batia incansavelmente muito forte.


Ambos eram a própria negação em pessoa: Frederico exarcebava falsa felicidade, sendo que, morava sozinho e não tinha uma relação agradável com seus pais. Não mantinha contato com parentes próximos tampouco tinha amigos de verdade; e Marina, negava (a si mesma) não ser apaixonada pelo próprio. Resumindo: os dois viviam em uma real ilusão. Uma espécie de "me engana que eu gosto" e "diga-me com quem tu andas, que te direi quem és."
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Quando ele deu por si, a viu.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Foi algo assim.....para falar deles dois (Parte 1)

Fred e Marina nunca se deram muito bem. Eram colegas da faculdade e possuíam diversos amigos em comum. Porém, ele sempre levantou a tese de que a doce Marina era antipática demais e ela sempre considerou o  "Peter" Frederico o último dos "Crescidos". Mesmo assim, dividiam os respectivos espaços das aulas todas as manhãs. Viajavam juntamente com os amigos para congressos, feiras e livres-passeios, em comemoração a alguma coisa - ou coisa alguma, também. Enfim, volta-e-meia eles estavam próximos, a se suportarem, mesmo sem estabelecer contatos de 1º grau.

Imbricados pela natureza do curso, ambos os temperamentos degladiavam-se quando surgia uma oportunidade. Discutiam sobre tudo e sobre todos. Devoravam-se por meio de fuzilantes olhares e ácidas palavras. Mas, de forma alguma, escondiam seus sentimentos: eles realmente não desenvolveram a política da boa vizinhança. A turma bem que tentava aplicar boas doses de irmandade, paz e bom-senso....Mas nada funcionava. Nada.

Mesmo atrelados à brigas, puxões e trocas recíprocas de cordialidade, Marina e Frederico eram boas pessoas. Ela, de punho forte e longas madeixas castanho-escuro e ele metido a inconsequente - deixando brecha o suficiente para deixar-se ser admirado pelo charme e pela inteligência. Até que em um belo dia tudo issou mudou.



 [continua]

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

" quem ocupa o trono tem culpa"





 "um dia me disseram que as nuvens não eram de algodão"

somos quem podemos ser - engenheiros de hawaii


sábado, 22 de janeiro de 2011

Venha provar.....







"Não dispenso um happy end"

samba do aproach - zeca baleiro

"um brinde ao destino"



"A madrugada, a vitrola
Rolando um blues
Tocando B.B.King sem parar" 

noite do prazer - cláudio zoli



quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Perdura

E é porque eu continuo triste. Muito. Muito triste. De coração partido. De palavras muídas. De esperança cada dia mais descartada. De saudades repentinas e expandidas. De razão desconcertada. De sentimentos apertados. De vergonha sucumbida. De aflição aflita. De consideração roubada. De mãos atadas. De visão imposta. De comportamento cruel. E de respostas sem palavras. E de tristeza. E de lágrimas. E de sorriso, às vezes, sem sabor. De descontentamento. De solidão. De fracasso. De ilusão não sabotada. E de tristeza sob lágrimas.


[mais tristeza do que lágrimas]

domingo, 16 de janeiro de 2011

Tentativa de aceitação

Luísa antes do final da festa tomou um soco no estômago. Forte, dolorido, assustador. E começou a chorar - talvez não necessariamente pela dor, mas pela origem da dor. Foi a pancada mais forte que já levara; a dor mais incômoda que já sentira. Sua cabeça girava confusa: o que será que ela  teria feito para  tomar um belo soco no estômago??? Será que a pessoa que a  agredira não sabia que bem ali, naquela região, existia um órgão??? Luísa retorcia-se e contorcia-se...nem ela acreditava que tinha tanta flexibilidade como apresentou naquela noite. Uma dor tão incômoda que, naquele momento, ela não sabia o que fazer. A única coisa que lhe viera à cabeça foi chorar.

Luísa segiu para casa com a ajuda de uma amiga. O restante da noite foi  seguida por gemidos, lágrimas e muitos questionamentos -  e uma tentativa de recordar o que se passou na noite anterior. Eis que passado alguns minutos, tudo ressurgiu-lhe: a agressão deu-se pela negativa apresentada por Luísa. Ela negou-se a seguir os outros que estavam por lá e, na revolta de um deles, tomou aquilo que era seu. Dias depois, já sem muitas dores, apenas com um rouxo na região atingida, Luísa tentou lembrar mais uma vez do fato. Lembrou-se do agressor e resolveu, por fim, aceitar o ocorrido.



[ no mais, ela ainda tinha um estômago.]

sábado, 15 de janeiro de 2011

Qualis

Em um determinado momento da vida você se vê instigado a apurar  seu faro de caça-caçador-sobrevivente-vítima. Lógico que, para tal significância individual, executar-se-á alguns exercícios..planos e metas. Mas, em suma, apurar-se-á um faro.Talvez por necessidade, talvez por curiosidade e outrora por sustentação. No mais, é risco.

Na metáfora da vida, o conceito de muitas coisas, muitas representações, ganham roupa nova, tons novos, melodias novas e novas definições. O seu romance adolescente, temporalizado na infitude utópica, já não passa de um mero relato. A efemeridade destes causos já não lhe são cabíveis, seduzíveis - e sedutores - e, por vez, não mais consubstanciais. Celeumas, apenas. Sua vida ganha novos rumos, novas personagens, outras alegrias e tristezas superficiais. E você passa a categoria de elemento observador.

E você rascunha. E você arquiteta. E você apaga. E você escreve em uma outra folha. Mas escereve. Neste caminho, você já adquiriu vocabulário suficiente para tornar sua escrita uma elaboração eloquente - até música você escolhe; mas não um recital qualquer....uma produção à altura de sua transposição interior. E até comida você escolhe; mas uma comida á altura de suas críticas particulares globalizadoras. E até a companhia você escolhe; mas uma companhia à altura de sua evolução....de seu refinamento...de sua arquitetura. E até lugar ideal você escolhe; mas um lugar ideal à altura de seus anseios. E você não é esnobe, não é orgulhoso, não é ridículo, não é egoísta. Você é maduro, apenas.

E você vai para a cozinha: procura o funil; desenterra o crivo - restaura a peneira. E você refina: porque as coisas se desfizeram diante seus olhos, lânguidos de tantas falácias impostas aos indefesos. E você desvenda o mistério; prende o vilão; e ganha.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

seja legal






"conto contigo pela madrugada"..." falta um tanto ainda eu sei..."

Sobre o tempo - Pato Fu

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Se alojou no meu peito devagar

 
"soprando pr'um caminho mais feliz"
Primavera - L.H.

Esqueça!

"Desculpe o Auê
Eu não queria magoar você"
Desculpe o auê - Rita Lee

uma gaita pra consolar



"E ela parou, olhou, sorriu, me deu um beijo 
e foi embora" Andei só - Natiruts


Num insuspeitável bar, pra decência não nos ver....



"Nós já temos encontro marcado
Eu só não sei quando
Se daqui a dois dias
Se daqui a mil anos"

Avesso - Jorge Vercilo

congelados no espaço







"Desde que estamos aqui
Eu não quero saber
Quanto tempo se passou
Quem sou eu e onde estou"

No seu lugar - Kid Abelha

Dizendo aonde você for eu vou

"E quando eu perguntei
Ouvi você dizer
Que eu era tudo
O que você sempre quis
Mesmo triste eu tava feliz
E acabei acreditando
Em ilusões..."

Ainda lembro - Marisa Monte

disse que não podia ficar



"Eu me flagrei pensando em você
Em tudo o que eu queria te dizer
Em uma noite especialmente boa
Não há nada mais que a gente possa fazer"

Proibida pra mim - Zeca Baleiro

exposto em diagnóstico

"se eu peco é na vontade
de ter um amor de verdade.
Pois é que assim, em ti, eu me atirei
e fui te encontrar" 
Retrato para Iaiá - Los Hermanos

sábado, 8 de janeiro de 2011

Prefácio de um momento anterior

Não gosto de pressionar ninguém, tampouco passar pelo o desconforto de ser " espremida contra o concreto". De certa forma, bem sei que esta é uma boa saída - ou melhor, boa solução - para que devidas providências em um relacionamento sejam tomadas. Não o faço não por medo (será?); não o faço porque " fazer suco de laraja à mão" é muito dependioso, exige um esforço enorme e uma disposição de tempo considerável. Eu, (in) felizmente, não predisponho de tempo, muito pouco, a paciência exigida. Entretanto, se a sede for muita e o supermercado estiver com suas portas fechadas, o plano B será ir rumo à feirinha de sexta à noite e comprar alguns tantos de laranja.


postado aqui

Intervalo de amor






sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

A folha do calendário - Parte 2


Na manhã seguinte, o café fora silencioso. Entrentanto, não fora solitário. Duda e Matheus entreolhavam-se acima das substâncias expostas na mesa. Duda ainda registrava sua face levemente lacrimosa. Matheus já não permanecia como na noite anterior: agora estava distinto aos olhos de dela. Mais próximo - para não dizer: Dela. A janela principal do apartamento favorecia um belo quadro amarelo vibrante, vivo. Ele soprava o mais doce ar que já fora sentido da janela, daquele aposento, daquele diálogo.

Os dois prosseguiram sua conversa, agora no sofá da sala. Fazia um pouco de frio, e os dois conjugavam-se no mínimo espaço que resitia sob as cobertas. Ligaram o som: 

Eduarda: 'tá' melhor, amor??
Matheus: 'aham...'
E: hoje é o dia 1, certo?
M: sim. É o que espero que seja. E você?
E: que seja COM você.

O que Eduarda quis dizer é que pronunciara um 'com' enfático. Valeria a pena cada minuto que passasse ao lado de Matheus. Cada segundo seria um registro de dois autores. Matheus, depois de alguns segundos, perdera-se entre os beijos de Duda.........

Ahhh!!!!!!!! os beijos de Duda....Ele teria o mês para festejá-los


[continua]














 

"Se a gente já não sabe mais
rir um do outro meu bem então
o que resta é chorar ..."

O vento - Los Hermanos