segunda-feira, 21 de maio de 2012

O bem-fazer da arte do leva e traz




Começo o texto de hoje com aquela máxima: “O inferno são os outros”. Bem, dependendo da sua perspectiva, esta mesma frase pode possuir deveras interpretações.  Ao passo que o título deste post sugere, o inferno são os outros, mesmo. De verdade, o inferno são os outros e a língua que eles têm. Não reclamo aqui da possível falta de direito de expressão, de falar aquilo que queremos. O mote não é esse. O fato aqui é simples: para quê, no intuito de ‘diz-que’ abrir os olhos dos amigos, a pessoa joga esse amigo no próprio inferno de Dante e “ainda quer ser amado” por isso? [ sem propósito benéfico] Olha, realmente, o inferno é a língua de trapo de muita gente por aí. Realmente, o inferno são os outros.

Do bem-fazer da arte do leva-e-traz sabe-se muito. Você leva. Certo. Aquilo que você traz reflete quem você é. Vejamos: o tiro sai pela culatra. O inferno é você, os outros, o inferno (novamente) e vocês dois. A realidade é quente. Arde que é uma beleza. E ainda bem que deste leva e traz, quem se faz visível é você. É, realmente, o inferno são os outros. Ou nós, quem sabe...

terça-feira, 1 de maio de 2012

Senta. Deixa eu te contar.

Noite.

[Hoje eu tive medo e você não estava aqui. Eu olhei para o quarto e tudo estava da mesma maneira que eu havia deixado quando entrei na noite passada. Engraçado, eu às vezes busco uma nova decoração para a nossa vida mas não encontro na condizente para esse nosso amor mutante. Deixa pra lá, eu tava devaneando. Voltando ao assunto, eu fiquei medrosa hoje, e onde você estava? Liguei no seu telefone, deu caixa postal. Falei com o porteiro lá embaixo e ele disse que viu alguém parecido com você no hall do prédio, não soube dizer nem se era você mesmo ou se este alguém estava entrando ou de saída. Incrível, você não parece estar aqui quando eu tenho desses meus medos. Você vai sempre embora me deixando tonta. Crueldade. Certo que eu tenho que me virar sozinha, ser independente de você, mas contar com um beijo no cabelo seguido de um abraço é sempre magistral. Vou fechar meus olhos, sempre funciona quando a gente sente medo.]


Meio da noite: 

- Hã...que foi?

- Nada não. Amanhã te conto tudo [Inclusive do sonho que acabo de ter].