domingo, 27 de fevereiro de 2011

"Enquanto o mundo roda em vão eu tomo tempo"


 Amor, obrigada pela partilha. Pela presença, pela parceria, pela divisão, pela amizade e pelo amor. Surgiste em minha vida na hora certa. Bem no momento exato - e eu estava lá e consegui alcançar-te. Obrigada por dividir comigo, as palavras mais bonitas e os momentos mais inesquecíveis - capítulos ímpares que só você poderia ter proporcionado a uma alma saltitante como eu. 

Você foi meu belo paciente, meu conselheiro mais bondoso e meu amigo mais traquina. Pelos murros no meu nariz, nas noites de frio, muito obrigada. Pela festa de aniversário surpresa; pela viagem mais desencontrada que já fizemos na vida; pelo mês de separação; pelas corridas horrorosas que você me obrigava a fazer. Pelas brigas idiotas e pelo meu ciúme estranho. Pela minha dissertação de mestrado, que você acompanhou passo-a-passo. Pela sua dissertação que eu corrigi, com você me enchedo o saco a expandir meus tímpanos. Pelo apartamento bagunçado. Pela gaveta bagunçada. Pelas lágrimas, pelos sorrisos, pelos dias de sol e pelas noites de chuva. Pelos jantares , pelos segredos, pelas caminhadas e pelos bilhetinhos.

Sucumbiste todos os preceitos de amor de novo século. Todas as palavras tiveram fundamentos. Todos os atos foram voluntários. E todos eles muito bem destinados. Os melhores beijos, vieram em bouquet para mim. A melhor dança foi bailando até você. Nada coube em nós. Até mesmo as lembranças: estão nas caixas, na cama, no espelho da penteadeira, na janela da sala, no livro em cima da mesa e nos quadros espalhados em nossas vidas. Nas eternas marcas de batons em seus colarinhos e, em todas as minhas roupas já espalhadas pelo chão. 

Contamos muitas histórias, sem pausa e em apenas um parágrafo. Não deixamos nada para depois. Não perdemos o fio da meada. Perdemos a cabeça, a paciência e a sabedoria - um com o outro. Mas nunca o nosso tear. Acreditamos no amor, depois de algumas páginas já escritas. Outros filmes já exibidos e centenas de canções já declamadas. Fomos vezes e vezes ao cinema, desfrutar da vida a dois. Fomos à praia, à gafieira e aos bailes de carnaval. Vimos tudo de perto. Estivemos separados, uns dias, umas manhãs, umas noites e alguns segundos - porém, nos fizemos invisíveis ao demais seres.

Porque nós nos demos o direito de  NOS compactuar. De não corresponder ao tempo. De não soletrar vocábulos e rascunhar termos desnecessários. "Enquanto o mundo roda em vão eu tomo tempo" para fazer de nossa vida poesia. Para te fazer romance. Sem deixar faltar um verso. Sem deixar sobrar uma linha. "Enquanto o mundo roda em vão eu tomo tempo" para encontrar-te no futuro. O amor não se esquece de acontecer.

Até breve,
Alguém do passado.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

As notícias de jornal que você me incitou a jogar fora - na hora certa

Eu bem que tentei. Tentei. Tentei até o fim para que não fossem, tristemente, destinadas ao lixo aquilo que nós contamos como sendo nossa tirinha. É o máximo que eu consigo afirmar. Não, 'cara'. Não desdenho de nossa passagem no jornal. Mas, como você preferiu enrolar minhas tralhas com o próprio, falo assim mesmo. Não obstante, empurraste escada a baixo: meu s livros, meu baú, meus cadernos, minhas fotos, meus doces e minhas orações. Pela janela lançaste minhas poesias, minhas concepções, meus lamentos. Riste de minha lamúria. Consegiu, mesmo que por um instante, deixar-me muda. Contudo, não pela tuas palavras. Mas fez-se o ácido delas.

Eu não necessito chorar - até porque, não li a quantidade de páginas suficiente. Não preciso entristecer porque, segundo consta em algumas páginas que restaram do enrola-daqui, guarda-de-lá, a progamação circense segue até o fim dos anos. Hora pois, eu adoro sorrir! =] Você não me venceu porque eu adoro uma guerra: balas, gritos, chuva, pancadas, dores e no fim, a vitória. E eu vou ser bem sincera: um dia desses pego você, pela mãos, doce criança, e te levo para assistir a vida. A construção de uma canoa; o ralar do queijo e o assasinato de um belo dia de sol.



 
Eu fui longe porque, tão cedo, sabia que você não me venceria.
E não me ganhou. Apenas me perdeu.



quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Pressentimento


"Antes que amanheça, que seja sem fim
Antes que eu acorde e seja um pouco mais assim"
 



 "Case-se comigo
Antes que amanheça
Antes que não pareça tão bom pedido
Antes que eu padeça"

 Case-se comigo - Vanessa da Mata

 

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Leia a bula antes de consumir

E ela olhou para frente. A temporada de flores já passara e agora chegara a época de transmutar a vida em frutos. Sim. O momento de provar todas as suas artimanhas não lhe dera espaço para o playground. Não lhe dera espaço para o circo e muito menos para considerações desconsideradas. O fim das picadas era tão lúcido, tão sólido que, ela mesma já se dava por satisfeita. Produto do seu próprio meio, ela já não justificava seus atos:  era tão autoexplicativa quanto a bula.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Vontade de voar

"vai dizer ao meu grande amor....que sempre estou e voo tão só....."
Beija-flor - Flávio Venturini

Para sempre e para tanto

Temos em nossas vidas diversas opções, incontáveis leques e várias razões para não nos encontrarmos em determinados lugares, em determinadas situações com indeterminadas pessoas. Pois então, ok. Recentemente, fiz uma viagem física a uma parte nunca explorada por mim...a alguns quilômetros de meu Estado. Uma semana se passou..e como já divulgara eu por aí: Uma semana fora foi o suficiente para analisar um ANO PASSADO e promover O ano PRESENTE. Mudo-me de vida, agora.

Fiz de minha viagem uma Filizola. Foi nela que depositei as antigas compras...as novas aquisições e analisei, quatitativamente, alguns alimentos - principalmente o coração. Uma semana no mundo de não-sei-quem me instigou a tantos questionamentos, tantas descobertas, tantos sustos e o mais importante: à conclusões - mesmo parciais, conclusões. 

Foi na terra-de-muitas-pessoas que me fiz uma parte gente. Percebi que por sermos "gente", não nos configuramos seres estáticos. Somos frágeis, vulneráveis, controladores, responsáveis, únicos, caçadores, mestres, magos e pequenos ladrões. Roubamos de um tudo. Caçamos de tudo um pouco. Construímos um pouquinho a mais. E somos tortos. Somos astuciosos. Nada muito inédito.....tampouco exclusivo. Porém, uma coisa é teoria e outra é a pragmática da coisa.

Para sempre e para tanto pus-me, solitária, na solitária. Para sempre e para tanto deduzi que ou era eu ou era eu. Ou sou eu ou não será mais ninguém. É discurso egoísta? não! De forma alguma.... de maneira nenhuma: é a forma concludente de aplicar funcionalidade a seus artefatos, atributos e arguições. Para sempre e para tanto você se permite fraquejar. Oh sim....levar aquele tombo (cinemtográfico)...aquela furada digna de circo. E foi assim que tudo aconteceu.

Eu cai na no "panis et circenses" sem medo de ser feliz. Para sempre e para tanto devemos defender nossos ideais....nossos sonhos. Foi um discurso clichê tudo isso que abordei? Sim...talvez. Ma foi isso, que, humildemente vos digo: foi isso que REencontrei por lá. Para deixar que nada se apague em minha lembrança.