Ao som de Won't go home without
"Just give me one more chance to make it right"
Trarei Bauman mais uma vez para falar de todos nós: que anseamos por um futuro feliz - a dois, três, quatro....Mas que seja um futuro feliz e, se vier a ser um passado, que lhe caiba "um passado bom" como predicativo. Perguntou-se a Bauman a respeito das relações amorosas do sujeito pós-moderno, na verdade, o que tem mudado nelas. Ele, categoricamente, respondeu:
" [...] Todos os recursos pagos para evitar os ricos com que a nossa sociedade de consumo nos acostumou estão ausentes no amor. Mas, seduzidos pelas promessas dos comerciantes, perdemos as habilidades necessárias para enfrentar e vencer riscos por nós mesmos. E assim tendemos a reduzir os relacionamentos amorosos ao modo 'consumista', o único com que nos sentimos seguros e à vontade."
Esclarecendo, Bauman diz:
" O 'mundo consumista' requer que a satisfação precise ser, deva ser, seja de qualquer forma instantânea, enquanto o valor exclusivo, a única 'utilidade', dos objetos é a sua capacidade de proporcionar satisfação."
Agora, realizemos as afirmações:
1. "Mas, seduzidos pelas promessas dos comerciantes, perdemos as habilidades necessárias para enfrentar e vencer riscos por nós mesmos."
2. "O 'mundo consumista' requer que a satisfação precise ser, deva ser, seja de qualquer forma instantânea"
Vejamos. Caros leitores, não há muito segredo para responder a razão e o porquê das relações amorosas hoje se esvairem: imediatismo. Temos transformado o amor em mais um objeto de consumo; se não o transformamos, estamos adicionando 'capitais' no próprio. Como assim? Ex.: Eu quero comprar um determinado objeto, mas, para satisfazer a minha vontade, vou o mais depressa possível na loja adquirí-lo. Depois de alguns dias, passado a minha satisfação, já o entoco em alguma parte do meu armário e o esqueço. Você lembra, né: para satisfazer a minha vontade. Sa-tis-fa-zer. E vontade é uma coisa que pode ser uma necessidade fisiológica e até mesmo um anseio mais concreto, longo, mas que implica - principalmente no inconsciente - em uma solução rápida, instântanea.
Nota 1: amar e ser amado não tem nada de instântaneo. Muito menos deve ser confundido com algo que satisfaça, ou seja, uma coisa pronta e acabada. O amor está na transformação destas coisas....na atemporalidade, na maturação das horas e dos feitos.
O tempo é muito vago pra esperar...incerto demais pra se aquietar. O querer fica exigindo amor e amor, e não quer desenvolver amor; o quer como conseguir uma balinha em qualquer ponto de venda, onde você pode escolher e ainda trocar. Só sentir o doce e mastigar, vai ter um fim. Saciou. E na vontade novamente, procurar um novo ponto de venda.
ResponderExcluirIsso não é transformar, é se desgastar...
Amor entre as pessoas não se vende, não se arranca; ele nasce, se desenvolve, e algumas vezes 'morre'... na verdade, se transforma. Tudo graças ao tempo e a uma história.
~~rabiscos no bloquinho~~
Nota 1: amar e ser amado não tem nada de instantâneo
P.S: eterno devir