sexta-feira, 25 de junho de 2010

Era por um Beat Acelerado


[ Coração ligado
Beat Acelerado...(...)
Meu amor se zangou
De ciúme chorou
Não quer ficar mais
Ao meu lado
E hoje eu sigo sozinha
Sempre no meu caminho
Solta e apaixonada...]


Primeiro foi assim: ela era metropolitana. Atrapalhada, esquecida, engraçada, irritante... destrambelhada, inteligente, sensual... mas, metropolitana. Metropolitana no sentido de querer correr com a vida, esteriotipar o inesteriotipável.... enlatar o inlatável e racionalizar aquilo que não se deve interpretar como índicie Bovespa. Contudo, ela o amava. Amava o cara da metrópole. 

Ele era da metrópole. Não usava terno Armani, tampouco era de multinacional de petróleo e , muito menos, "cara" de almoçar um fast food-delivery-fonte-de-gorduras-trans. Mas ele não era caipira. Não era devorador de mato e artifícios naturebas. Apenas era mais um cidadão.
Reservado, inteligente, elagante e simples. Prato favorito: bife com batatas fritas. Sobremesa dos deuses: brigadeiro -  que só Ela sabia fazer.

Eles se conheceram na faculdade. Formaram aquela dupla logo de cara. Conheceram os absurdos do coração. Mas, agora, depois de alguns semáforos fechados e alguns produtos enlatados, tudo chegou a um princípio de  fim de capítulo e início da propaganda de supermercado.

Alega ela que ele não conseguira acompanhar seu ritmo. Alega ele que era desejo de efemeridade por parte dela que o impossibilitou de perceber a essência. Foi o Discurso do Método.

Ele continua a amá-la. Mas ela insiste em correr para manter bem o coração e a saúde....

[ por um Beat Acelerado]

dito nas entrelinhas para interpretar o coração

Um comentário:

  1. ah é mesmo o maldito discurso do método. sistematizar o que devia ser pra sempre poesia abstrata.
    =P

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