segunda-feira, 17 de junho de 2013

Arrume a casa (Ou como perder o jantar em um passo).


Lar doce lar. Ponto. E há algo de errado quando se tem muita bagunça na sala, na pia da cozinha, no jardim, em cima da cama e debaixo do sofá. Há algo de errado quando não mais se encontra uma diarista aos domingos - afinal, há filhos de Deus em todos os cantos e domingo é dia santo e se tem missa antes do jantar.

Pausa. Eu a-ci-den-tal-men-te disse "jantar". O que você perdeu, vai perder daqui a pouco e que amanhã, bem provavelmente, também não terá. Não terá porque você detesta "refeicionar" sozinho e a última visita que se propôs compartilhar com você, você não deixou chegar.

Jantar? Visita? Não deixei chegar? #perdiofiodameada

Perdeu o fio do sensível - talvez esteja depositado no jarro laranja, no canto esquerdo da entrada da casa. Deixou a carta da felicidade na caixa de correios e bateu a porta. Bateu a porta porque "diz-que" precisava sentar no sofá e ver TV. Não somente sentou-se no sofá, como também fez dele sua penúltima morada. A vizinhança nunca mais te viu, o Seu Mário, do outro lado da rua, nunca mais convidou você para pescar e a D. Gilda, te desadotou. 

E o que você ganhou com seu sofá? A casa: nunca mais arrumada. Os móveis: empoeirados. A garagem: o matinho do jardim já anda invadindo. Uma vida em acúmulos e um convite recusado para a refeição da noite. Casa bagunçada, caro leitor, é casa sem "ter pra quê". Casa bagunçada, doce leitor, é para não se chegar perto. Casa bagunçada não é para perder um jantar, mas, sim, jantares. Em um passo. 

Aquele que não nos tira do sofá e deixa um lugar para Newton.
E uma visita do lado de fora.

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