sábado, 28 de agosto de 2010

Ela só queria que o telefone tocasse....para cair-se em si

Aquela velha história de que “todo mundo espera alguma coisa em um sábado à noite” se concluíra: ela, deitada no sofá, dança em devaneios. Aguardava ansiosamente pelo chamado dele. Isto mesmo, pelo chamado dele.
Ela era a “mariposa apaixonada” da canção... A princesa solitária na varanda do castelo. Pois, seu amado, o príncipe alado, transmutara-se em ogro e, forçosamente, a fez despertar de seu doce sonho.

Ao fundo toca uma canção de amor... Poderia, quem sabe, em outros tempos, ser a “balada do amor inabalável”. Mas não é.

Ela espera.... espera....sonha....seduz-se pelo impossível. E nada acontece. Ela levanta. Vai em direção ao quarto.... Olha para a cama e vê: solidão. Em uma virada rápida, mira a janela: está escuro lá fora e, dentro do seu quarto, tudo parece um pouco melhor do que a ausência de luz que consome o exterior de si mesma.

Ela fica tensa. O nervosismo corrompe seus pensamentos mais distintos e mais estranhos. Mas, o telefone não grita lá fora. Ela percebe, se dá conta de que, mesmo que ele ligue, talvez tudo fique identicamente como sempre foi um dia: um pouco mais do que algumas palavras soltas, ditas a ela, com ar de toda graça para tentar fazê-la esquecer do mundo.

Eis mais um fato: o telefone tocou.


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