quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Os tapas que tenho levado da vida

 Vivo intensivamente um momento de transição: novas expectativas, novos anseios, vitórias espreitadas por sonhos e, em contrapartida, outras tantas quedas, desilusões e tapas a perder de vista.

A linearidade a qual pertence minha sagatiba diária reside no levantar de mãos diretas em minha inocente e ingênua face. A cada novo capítulo, uma pedra estendida em meu caminho; uma nova queda - seguida, sob grande ressalva, de um levantar a sôfregos, incitado por algumas escoriações. Contudo, lá no fundo, a dor persiste e insiste em refutar-me. 

Minhas ideias se sobrecarregam de uma sentimentalidade especial: fomentada por aqueles que já não me examinam e, nem mesmo, compartilham de momentos verdadeiros - eu, muito prazer, sou a atriz da novela das oito.

[...] Não consigo dizer se é bom ou mal
Assim como o ar me parece vital
Onde quer que eu vá o que quer que eu faça [...]

Reluto para que as coisas deem certo. Para que eu não  troque as vias e não cante em "português errado". Já não me permito permitir. O buscar da solidão é visivel a olho nu e às palavras não pronunciadas: Eu não quero mais que seja assim. Esse "assim", termo de cunho atemporal. E me dói, e eu me machuco. E eu sinto saudades. E choro. Choro porque sou sensível de espírito. Choro pela perda inesperada, pelo querer de adeus e pela vontade de volta. E as palavras já não me cabem. E a aflição já não me faz bem. E eu retorno ao passado: ele está lá, pronto para fazer-se presente, em um futuro que rezo que aconteça  ou que se desfaça. E EU choro mais uma vez . Porque eu exagero - exagero no real para não sonhar com pouca coisa.

E eu choro mais uma vez: para que a poesia e a profecia não se despeçam.

Um comentário:

  1. Amiga, amei esse texto! Me identifiquei bastante- e vc sabe pq. Lindo! Parabéns!

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