domingo, 13 de março de 2011

Lux

E ela se permitia seduzir porque acreditava na capacidade persuasiva da raça humana. Algo tão inato como a linguagem: seja da displicência, da comunicação inofensiva ou do dizer sem palavras. Valia a ela conjugar e proferir determinados verbos sem contar com muitas palavras. E ela se despia. Se despia....parte à parte. Em câmera lenta; em zoom zero e resolução "quanto mais nítida melhor." E ela locucionava como uma ninfa. E ela se contorcia como se estivesse possuída por um algo metafísico. E ela exalava o feminino - sem esforçar-se para chamar a atenção. E seus espectadores desfrutavam minuto a minuto. Cada espaço de tempo era uma eternidade situada em segundos. E muitos deles se degladiavam para vê-la. Os segundos eram cada vez mais complacentes. Nada mais importava àquele público que não fosse o tardar daquele ser. E por mais que eles lutassem....ela permanceia lá. Sobre ela, holofotes; abaixo dela, escuridão. No mais, o que ela tinha em seu campo de visão era a mistura de 'algos' e 'tantas outras coisas'. Por um momento ela fora mais além do que sonhara.

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