sexta-feira, 22 de abril de 2011

Us

Nossa música deve estar tocando por aí. Nos versos de alguém que procura falar de amor. E é só. Isto porque, da última vez, da última vez que tocou, foi para o sublime desfecho. Ela parou. O vento cantou ao longe. A porta bateu - pena que foi para você seguir no "após". Você abraçou-me. Jurou-me volta; jurou-me voltar. Foste bem breve. Arrumaste tudo, pouco a pouco. Enunciação a enunciação. Eu fo-to-gra-fei um pouco mais do tempo. A love song tornou a tocar - só para dar a relevância que pedia teus desalentos.Rezei para que não fosse. Pedi para que não fosse. Espero, com paciência dourada, pelo retorno. Retorne.Esteja aqui antes do sol. Entre nosso abraço não restara nem se quer uma vírgula. No ponto final registramos palavras não ditas. Você guardou na mala todas as nossas frases; todas as nossas lembraças; todas as nossas danças. Restou apenas eu - o caderninho escrito a mãos duplas. Estou cheia de palavras. A nossa música deve estar falando para alguém, que nesta vida ainda há caixas para o amor. Ainda há gavetas para a felicidade e ainda há cestos e mais cestos...e mais cestos para as demais passagens do coração. Eu estou te esperando. Bem por aí. Que é para ver se você chega mais rápido. Nossa vida, eu desfiz e pus em um baú. Apenas recordações. Para cada lugar, uma nova vida. Quando nos encontrarmos novamente, serei outra. Se você for o mesmo, deixe-me apenas te abraçar - já saberei quem és. Só volte. A sua chave continua no mesmo lugar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário